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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

MINISTRA DA CULTURA E INTELECTUAL DEFENDEM A NÃO RESTAURAÇÃO DA OBRA DE DI CAVALCANTI


Após ação terrorista da extrema-direita em Brasília no último dia 08, em que os vândalos destruíram patrimônios culturais de valor incomensurável, inclusive um relógio trazido por D. João VI em 1808, que tem sido anunciado que é irreparável. Entre as perdas está o quadro "As Mulatas", de Di Cavalcanti, que foi rasgado. Trata-se da principal peça de arte do Salão nobre do Palácio do Planalto. Segundo matéria da Uol: "foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti".

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou à Uol ontem(10), que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) dever emitir, até quinta-feira (12), parecer sobre os danos provocados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em ato golpista realizado no domingo (8). Segundo ela, a tela "As Mulatas", de Di Cavalcanti, não deve ser recuperada das facadas que levou dos bolsonaristas. O quadro, segundo a ministra, é avaliado de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões Ela diz que o relógio de Balthazar Martinet está "muito danificado" e que dificilmente será restaurado.

No mesmo sentido, a tradutora, escritora, viúva do economista Celso Furtado, Rosa Freire D'Aguiar, em postagem na rede social Facebook, cita uma entrevista da qual participou, pela revista Manchete, na década de 70, com o artista Di Cavalcanti. Ao refletir e trocar ideias com amigos, aponta que seja necessário não restaurar a obra "As Mulatas".

Hoje, pesquisando outra coisa nos arquivos digitalizados da Manchete, me lembrei da entrevista. Fui lá ver. Feita por Ateneia Feijó, Miguel Pereira, Gilberto Cavalcanti e Rosa Freire d'Aguiar. Sou a que está segurando o gravador, e recebendo o sorriso do Di.
O que ele diria do estrago de obra sua pelos vândalos do Planalto?
Matutando um pouco, e falando com amigos, talvez fosse melhor deixar tal qual a tela furada pelos fascistas do energúmeno. Com uma placa explicativa: "Obra de Di Cavalcanti danificada no dia 8 de janeiro de 2023, durante invasão de fascistas ao Palácio ... etc".
E me lembrei dos muros de vários edifícios do boulevard Saint-Germain, onde os moradores deixaram propositadamente os buracos das balas dos tiroteios entre nazistas e resistentes, no momento da Libertação de Paris em 1944. Como testemunho. Instrutivo.

A entrevista citada por Rosa Aguiar pode ser acessada aqui.

Postagem original no Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10231083612220635&set=a.10205191590976286

Nota do Blogue: quando o patrimônio público, sobretudo o cultural, é atacado, como ocorre em cidade do interior fluminense, Miracema, onde um exemplar industrial foi destruído para atender ao interesse privado, em prejuízo do público, deve-se fazer isso, manter um marco desse "crime", para a posteridade, para a reflexão. Infelizmente, não ocorre... Por desinformação, jogada política e otras cositas más.

Um comentário:

AngelMira disse...

Transcrição de comentário feito no Facebook:

"Maria Dalva Pereira Souza
Para que as futuras gerações jamais esqueçam o que a ignorância do fanatismo pode causar a uma nação, e para nós nos lembrarmos que a democracia precisa ser conquistada dia-a-dia. Sigamos vigilantes!"

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