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terça-feira, 18 de julho de 2023

ÚLTIMA VISITA DE BADEN POWELL A VARRE-SAI (2000)

Fabio Martins Faria postou no grupo do Facebook denominado Varre-Sai Antigamente as fotografias que registraram a última visita do músico Baden Powell à Varre-Sai, sua terra natal.




O senhor que de cabelos brancos e óculos escuros foi citado como 'Tio Nego". O compositor dispensa apresentações, mas por hábito, deixaremos uma pequena biografia para os mais jovens.

Baden Powell de Aquino (Varre-Sai, Rio de Janeiro, 1937 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000). Violonista, compositor, arranjador, cantor. Nascido na pequena Varre-Sai, então um distrito de Itaperuna, muda-se com a família para o Rio de Janeiro ainda bebê, fixando-se em Vila Isabel e depois em São Cristóvão, onde frequenta tradicionais rodas de choro. Neto de Vicente Tomás de Aquino, primeiro maestro negro do interior fluminense, e filho de Luiz Aquino, seresteiro e violinista amador, começa a tocar violão aos oito anos de idade, tendo aulas com o violonista Meira (Jaime Florence). Aos dez, vence o programa de calouros Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Nacional, tocando a peça Magoado, de Dilermando Reis. Dois anos mais tarde ingressa na Escola de Música do Rio de Janeiro, onde se diploma em 1951. No ano seguinte, começa a atuar profissionalmente em boates e casas noturnas cariocas, tocando numa guitarra Gibson um vasto repertório que inclui música brasileira, bolero e jazz. Nos anos 1950, integra a orquestra da Rádio Nacional e acompanha diversos cantores em gravações e em shows pelo Brasil.

Compõe sua primeira canção em 1956, Samba triste, parceria com Billy Blanco gravada quatro anos mais tarde por Lúcio Alves. Já é conhecido no meio musical quando grava seus primeiros discos solo: Apresentando Baden Powell e seu violão (1959) e Um violão na madrugada (1961). Mas é a parceria com Vinícius de Moraes (1913-1980), iniciada em 1962, que leva seu nome ao grande público. Nesse ano, a dupla compõe Deve Ser Amor e Consolação, ambas incluídas no disco Do the Bossa Nova sith Herbie Mann, em que Baden toca violão. No mesmo ano, tem seu Samba triste incluído no LP Jazz Samba, de Stan Getz e Charlie Byrd, e grava Baden Powell Swings With Jimmy Pratt. Pratt é um baterista que participa de gravações com Charlie Parker, Stan Getz, Zoot Sims, Oscar Pettiford, Bud Shank, Anita O'Day e acompanha a cantora francesa Caterina Valente.

Em 1963, depois de lançar seu quarto disco, À vontade, e de participar como violonista e compositor das doze faixas do disco Vinícius e Odette Lara, realiza sua primeira viagem a Paris, onde permanece por mais de um ano, apresentando-se no Teatro Olympia. Ali, grava Le monde musical de Baden Powell (1964), o primeiro de uma série de discos lançados pela gravadora Barclay. De volta ao Rio, conclui com Vinícius de Moraes a composição dos oito afro-sambas gravados no disco Os Afro-Sambas de Baden e Vinicius, de 1966. O compositor francês Pierre Barouh, em passagem pelo Rio, cria uma versão francesa para o Samba da Bênção, que é incluída no filme Um Homem e Uma Mulher (1966), de Claude Lelouch, sob o título Samba Saravah. Ainda nos anos 1960, Powell realiza diversas turnês pela Europa e nos EUA, onda toca com Stan Getz (1967). De volta a Paris, onde fixa residência, compõe a trilha do filme Le Grabuge (1968), de Edouard Luntz.

Ao longo dos anos 1970, continua a se apresentar como solista e a gravar discos no Brasil e na Europa, entre eles As músicas de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro: os Cantores da Lapinha (1970), os três volumes do Baden Powell Quartet (1971) e o álbum Baden Powell e Stephane Grappelli - La Grande Réunion (1974).

Em 1984, muda-se para Baden-Baden, na Alemanha, retornando definitivamente para o Rio de Janeiro cinco anos mais tarde. Ao longo dos anos 1990, continua gravando regularmente, destacando-se o álbum Baden Powell e Filhos (1994), acompanhado pelos seus filhos Philippe, pianista, e Louis Marcel, violonista. Pouco antes de morrer, vítima de complicações de uma pneumonia, grava pela Trama o álbum-solo Lembranças, em que interpreta 11 canções que ouvia na infância, como a marcha-rancho As Pastorinhas, de Noel Rosa e João de Barro, e o samba-canção Linda flor, de Henrique Vogeler e Luís Peixoto.

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