AINDA NOS TEMPOS DO CORONELISMO?

 Boa noite a todos os leitores vagalumes!

Venho hoje fazer um registro, que considero necessário ser do conhecimento público.

Vamos por partes. No dia 1O de fevereiro, há mais de 1 mês, portanto, postei aqui, uma nota de repúdio à Prefeitura Municipal de Miracema, por conta de cercear meu direito de manifestação e outros. Na sequência, postei esclarecimento em 12 de fevereiro, acesso aqui.

Na ocasião, fui bloqueada na página da Prefeitura de Miracema, sendo impedida de comentar, ou melhor, de manifestar minha opinião, seja positiva ou negativa. Uma servidora pública se sensibilizou e se mobilizou para que o erro fosse corrigido. Erro porque é uma página do município, pública, que não pode estar impedindo o cidadão de se manifestar por conta de questões particulares, injustificadamente.

Ocorre que, o acesso foi retomado, àquela época. Apenas nunca recebi resposta de minha manifestação à ouvidoria do município, cujo e-mail está informado na página da PMM no Facebook.

Uma das críticas que venho fazendo ao governo municipal é sobre a dificuldade de comunicação. Numa crise como a que estamos vivendo, temos visto que umas das ações da maioria dos prefeitos é dialogar com frequência com a população, seja pelas redes sociais, rádio, ou até mesmo, megafones, como alguns prefeitos de cidades maiores fazem para se comunicarem com as comunidades. 

A palavra do líder é fundamental para tranquilizar e dar segurança à população em momentos de crise, além de passar informações sobre o que a administração tem feito. É o mínimo de respeito ao cidadão, do papel do líder. Mas, infelizmente, não é uma prática em Miracema. 

Após ganhar as eleições, houve uma total ausência no programa "Fala Prefeito", na rádio RPN, por longo período, quando o boletim epidemiológico da cidade mostrava crescimento dos números. O programa retornou recentemente. Trata-se de um programa tradicional na cidade, ouvido por todas as camadas da sociedade. 

Lamentavelmente, tem se tornado prática nesse programa o gestor público manifestar descontentamento com as manifestações dos cidadãos nas redes sociais.

Ressalto aqui a crítica tecida a uma professora miracemense, que achou inadequado o horário do toque de recolher (22h às 5h), no que essa blogueira concorda. É cultura da cidade dormir cedo, portanto é ineficaz esse horário, além do mais a cidade vizinha determinou que fosse a partir das 18h. É opinião, nada mais!

Hoje, após uma excelente participação da secretária de Saúde, Vanessa Guterres, no programa, novamente como uma "subida no palanque" foram dispersadas as informações sobre a pandemia, para tecer descontentamento em relação às críticas recebidas nas redes sociais. 

É uma manifesta dificuldade de receber questionamentos, que vem sendo reiteradamente apresentada.  

Reforço aqui essa crítica, a coordenação da vacinação após ser modificada, passou a divulgar o público alvo, data, horário da vacinação. Mas nas redes sociais há registros de pessoas reclamando que sejam divulgadas as informações em outros canais, para aqueles que não têm internet. A despeito de tudo isso, qualquer assessoria de comunicação, não prescinde do diálogo do líder local com a sociedade! 

Isso me faz lembrar inúmeros especialistas que afirmam que empresário nem sempre dá certo como gestor público! São coisas distintas.

No entanto, a participação popular, a manifestação dos cidadãos é algo com o que a administração pública precisa saber conviver, afinal, não fossem os cidadãos, por que existiria administração pública?

As gestões passam, são limitadas a uma reeleição, mas os cidadãos que fazem o dia a dia da cidade permanecem ad infinitum. Políticos fazem carreira, ou morrem para o cenário político nas primeiras cenas!

Basta lembrar, que no mundo civilizado, a política é um meio de resolução de conflitos!

Durante a live de hoje, verifiquei que não curtia mais os comentários, mas não me interessei. Até que ao publicarem o boletim epidemiológico do dia, compartilhei a postagem e notei que algo estava diferente. Fui até a página da Prefeitura e qual não foi minha surpresa: estava novamente bloqueada! Só posso compartilhar as postagens, não posso comentar. Vejam o print da tela abaixo.

Print da tela onde se vê que para o meu usuário não há a possibilidade de comentar, portanto bloqueada, só vejo o número de comentários.

Portanto, se há um mês pensei que pudesse ser um equívoco do responsável pela administração da página, ou também poderia ser uma arbitrariedade do responsável, uma ação autoritária, impessoal, contra os princípios basilares da administração pública. Hoje, posso afirmar que é uma perseguição a minha pessoa, movida de forma pessoal, típico de autoritários, perseguidores e intimidadores.

Fica aqui o meu registro, não preciso da página da Prefeitura para me manifestar, mas exponho essa ocorrência, para que as pessoas, que também são vítimas dessas arbitrariedades toscas, saibam que isso não é uma atitude digna da administração pública. Tratam-se de ações ególatras e inadequadas. 

A Constituição Brasileira e a democracia não amparam esse tipo de arbitrariedade.

Provavelmente, o ódio nem seja a mim, mas à clareza da conjuntura que mostra a falência política.

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Disse Rui Barbosa:

"A democracia, que te nega, ou te cerceia, engoda os povos com o chamariz de uma soberania falsa, cujo destino acaba sempre às mãos das facções, ou dos aventureiros, que a exploram."