A Rua José Dias de Souza está localizada no bairro Santa Teresa, na cidade de Miracema, no noroeste fluminense. Inicia-se na Rua Coronel Armando Ribeiro e termina na esquina das ruas Josefina Damasceno e Luiz Aurélio Rufolo.
Até 01-nov-2011, quando este capítulo de Logradouros de Miracema foi concluído, não havia fotografias da rua, da placa de identificação e nem do patrono da rua. Quem puder nos enviar seremos gratos.
A Lei no. 85, de 17/11/1977: "dá o nome de José Dias de Souza, a uma via pública da cidade".
QUEM FOI JOSÉ DIAS DE SOUZA?
José Dias de Souza nasceu em 1894 e faleceu em 1976.
Filho do fazendeiro Lourenço Dias de Souza e de Dona Filomena de Souza.
Seu pai foi proprietário da Fazenda Pedra Branca, no município de Juiz de Fora, MG. Sr. Lourenço, português, usava barba longa, e além de fazendeiro era mestre de obras na construção de estábulos, olarias, casas de fazenda, currais e tudo que se relacionava às construções de madeira. Lourenço chegou a alforriar um escravo de nome Fabiano.
Por questões de inimizade entre fazendeiros vizinhos à Fazenda Pedra Branca, aconselhado pelo subdelegado de polícia local, Lourenço fugiu da fazenda junto de sua esposa. Ele montado em uma mula e ela num cavalo atravessaram o rio Muriaé agarrados na calda dos animais, com as armas erguidas para não molharem. Depois de longa caminhada, noite e dia, chegaram ao distrito de Conceição, pertencente à Palma, MG. Hospedaram-se na fazenda do Cel. João Evangelista Pereira Carvalho. Daí, nunca mais retornaram à Fazenda Pedra Branca.
Lourenço passou a se dedicar à profissão de mestre de obras. Os fazendeiros de Palma o chamavam de "Mestre Lourenço", tal o valor de seu trabalho. É provável que ele tenha sido o construtor da sede das fazendas "Boa Sorte", Palma, e Ubá, Miracema, RJ, devido à semelhança das construções.
Assim, nasceu em Palma, JOSÉ DIAS DE SOUZA, que se casou no mesmo local com a Sra. Julieta Rocha de Souza, filha do coletor estadual de Palma, primo do Cel. José Barbosa de Castro, pai do Cel. José Barbosa de Castro Júnior, mais conhecido por Zequinha Barbosa, líder do Grupo da Morte. Esse grupo, em 1912, consta ter matado o Cel. Firmo de Araújo Pereira.
JOSÉ DIAS DE SOUZA trabalhou como administrador da fazenda do Cel. Zequinha Barbosa por longos anos. Essa fazenda hoje pertence ao Sr. José Amaral.
Com o falecimento de Zequinha Barbosa, José Dias de Souza veio com sua esposa e o filho - José Geraldo Dias de Souza (conhecido por José Dias) - para Miracema. Trabalhou como administrador na Fazenda São Roque de propriedade do banqueiro Dr. Otávio Ormando Botelho Tostes casado com D. Emerenciana Junqueira Tostes. Nessa fazenda criou seus filhos: José Geraldo, Paulo Francisco, Tarcísio, Sebastião, Irineu, Geralda, Maria da Penha e ?
Depois de uma questão trabalhista contra o Dr. Otávio Tostes, cuja indenização somente foi paga por ordem do presidente da República, Getúlio Vargas, que atendeu às cartas de José Dias de Souza. Essas cartas eram redigidas pelo Dr. Moacyr Junqueira, primo de D. Emerenciana. Getúlio Vargas mandou um assessor direto a Miracema, que se hospedou no Hotel Braga. Em Miracema, esse assessor determinou que o juiz de Direito, Dr. Júlio Tostes Machado, que vinha se recusando a atender o Sr. José Dias de Souza, providenciasse para que o ex-patrão pagasse tudo o que era de direito e justiça pelos trabalhos prestados. Com esses recursos, José Dias de Souza comprou um sítio e uma olaria nos arrabaldes de Miracema, próximo às olarias de Eugênio Bereta e Pida. Nessa olaria todos os seus filhos tiveram seus empregos, no que contribuíram para a construção de casas em Miracema.
Mais tarde, José Dias foi administrador da Fazenda do Sossego, pertencente às famílias Perlingeiro e Lovise, moradores de Sto. Antônio de Pádua.
Em sua caminhada de trabalhador rural, José Dias passou a ser rizicultor em várias propriedades, sendo a última a Fazenda Bom Jardim, dois anos antes se aposentou pelo Funrural, depois de longa demanda para comprovar sua vida laborativa junto ao Funrural, por incrível que possa parecer. Nascido na vida rural, de retireiro, lavrador e administrador rural, ainda teve uma árdua luta para comprovar ao Sindicato Rural de Miracema e ao Funrural em Pádua, que nunca deixou de trabalhar.
Faleceu, viúvo de sua única esposa, com quem viveu em plena harmonia, no Hospital de Miracema, assistido e acompanhado por seus filhos e filhas, devido ao "estreitamento no esôfago", aos 84 anos de idade.
Privou da amizade com o Dr. Moacyr Junqueira, Chicralla Amim, Chico Alves, Rubens Muniz Alvim, Artur Ventura Coimbra Lopes, Woney Albuquerque do Nascimento e todos os outros proprietários rurais e rizicultores de Miracema.
Tinha uma cocheira de ferragem de eqüinos e muares, na Rua Melchíades Picanço, quase em frente à atual casa do Sr. Lauro Quintal.
Esse foi um depoimente colhido por essa blogueira de seu pai Miguel Angelo de Martino Alves (1937), em 21-abr-2007. Carecia ainda de uma entrevista com o filho José Geraldo Dias de Souza, conhecido como Zé Dias, para confirmação de nomes e datas)
José Dias de Souza, nascido em 1894, na Fazenda Pedra Branca, no município de Juiz de Fora e falecido em 1976, em Miracema, onde viveu a maior parte de sua vida, residindo na Avenida Ricardo Vale (Rodagem) (Vol. – RVA), onde se estabeleceu com uma cocheira.
Foi casado com dona Julieta Rocha de Souza.
Em Miracema nasceu a quase totalidade de seus filhos (Zacel, Maria José, Jandira, José Geraldo, Ruth, Luzia, Sebastião, Tarcizo, Maria da Penha, Paula, Lourdes, Irineu, Ana Maria, Maria e Carlos). Todos criados dentro dos princípios de moral e dos bons costumes.
Pode ser considerado um miracemense que prestigiou Miracema com uma vida honrada e digna, motivo pelo qual a Câmara Municipal prestou-lhe homenagem, dando seu nome a esta Rua.´
Dados coligidos por Ricarda Maria Leal Alvim (Tia Ricarda) (1936)
Quando esse capítulo foi publicado tinha Ricarda já havia falecido, por isso sentimos falta da sua introdução à rua.
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