Lugar será espaço de verdade, justiça e memória, segundo deputada.
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou um projeto de lei para o tombamento da Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, por interesse histórico. O local foi cenário de muita violência durante a ditadura civil-militar no país.
Na época, 12 corpos de desaparecidos políticos foram incinerados na usina pelo ex-delegado Cláudio Guerra, segundo informações da Comissão Nacional da Verdade.
O projeto de lei, aprovado em primeira discussão, tem como autores principais a deputada Maria do MST, do PT, e o atual presidente da assembleia Rodrigo Bacellar, do União.
A deputada comemora a decisão da Alerj e compartilha seus planos para o futuro da usina.
“Esse tombamento visa preservar a memória dessas graves violações de direitos humanos cometidas nesse local, mas também promover o deputado público sobre as responsabilidades institucionais daquele período. E nós queremos fazer ali, junto com os movimentos sociais, com a universidade, o governo federal, um centro de memória da classe trabalhadora. Pra que a verdade, a justiça e a memória estejam sempre presentes ali naquele local”.
Com o tombamento do local, somente serão permitidas intervenções que tenham como princípio preservar a sua história.
A medida precisa passar por uma segunda votação no plenário da Alerj.A Companhia Usina Cambahyba ocupa uma área de sete fazendas em 3,5 mil hectares. Já foi uma das grandes propriedades agroindustriais do estado, mas foi desativada em 1996. Considerada como improdutiva, a área foi desapropriada em 2021 e cedida ao Incra.
No mesmo ano, foi ocupada por cerca de 300 famílias do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. E, atualmente, o assentamento já está regularizado pelo Incra. O ex-delegado Cláudio Guerra, que confessou o crime de incinerar desaparecidos políticos no local, foi condenado no ano passado a sete anos de prisão em regime semiaberto pela Justiça Federal do município.
Por Caio Azevedo, estagiário da Rádio Nacional, em 24-out-24, supervisionado por Bianca Paiva.Da Agência Brasil
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